segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fazendo Jus - Sebastião Salgado

Filho de pecuaristas e natural de Aimorés, Minas Gerais, onde nasceu em 8 de fevereiro de 1944, Sebastião Salgado é o sexto e o único filho homem dentre oito irmãos. Aos 16 anos, vai para Vitória, no Espírito Santo estudar. Formado em economia pela Universidade do Espírito Santo em 1967, casa-se com Lélia Deluiz Wanick. Pós-graduado na Universidade de São Paulo (USP) em 1968, também trabalhou no Ministério da Economia.

Durante a ditadura militar, foi obrigado a exilar-se, indo morar, em 1969, em Paris. Na capital francesa, fez seu doutorado em Economia, em 1971. No mesmo ano, começou a trabalhar na Organização Internacional do Café, como consultor no controle de plantações na África. Depois de pedir emprestada a câmera da sua mulher, Lélia, foi estudando os cafezais africanos que descobriu as possibilidades da fotografia: “melhor meio de retratar a realidade econômica do que textos e estatísticas”. Muda-se então para Londres, Reino Unido, onde mora até 1973.

De volta a Paris, começou a trabalhar como repórter-fotográfico free-lancer. Entrando para a agência Sygma (1974), realizou uma série de imagens sobre a Revolução dos Cravos em Portugal e a guerra civil em Angola e Moçambique Na agência Gamma (1975-1979), viajou por mais de 20 países da Europa, África e América Latina, cobrindo vários eventos. Em 1979, tornou-se membro da Magnum Photos, uma cooperativa de fotógrafos, fundada em 1947 por Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, entre outros. Viajando pela América Latina durante sete anos (1977-1984), Salgado foi a pé a povoados remotos. Neles capturou as imagens fazendo assim um estudo das diferentes culturas da população rural e da resistência cultural dos índios e de seus descendentes no México e no Brasil.
Nesse meio tempo, em 1981, durante uma reportagem para o jornal The New York Times, é o único profissional a registrar o atentado ao presidente norte-americano, Ronald Reagan, fato que lhe dá grande destaque internacional.

Em 1986, trabalhando para a Organização Humanitária Médicos sem Fronteiras, fotografou, durante 15 meses, os refugiados da seca e o trabalho dos médicos e enfermeiros voluntários na região africana de Sahel da Etiópia, Sudão, Chade e Mali, o que resultou no livro Sahel – L'Homme en Détresse. A série Workers, sobre trabalhadores em escala mundial, realizada de 1987 a 1992, correu o mundo em exposição.
Sebastião Salgado fundou sua própria agência, a W. S. Amazonas Imagens, em 1994, e realizou diversas viagens para documentar populações marginalizadas de 41 países. As imagens desse projeto foram reunidas na exposição "Êxodos", em 2000. Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional. Com sua mulher, Lélia Wanick Salgado, apóia atualmente um projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais.

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é um dos repórteres fotográficos contemporâneos mais respeitados no mundo. Salgado, que foi nomeado Representante Especial da Unicef em 3 de Abril de 2001, dedicou-se a fotografar as vidas dos deserdados do mundo. Esse trabalho está documentado em 10 livros e muitas exposições que lhe valeram a maioria dos prêmios de fotografia em todo o mundo. "Desejo que cada pessoa que entra numa das minhas exposições seja, ao sair, uma pessoa diferente.", comenta Sebastião Salgado. "Creio que toda a gente pode ajudar, não necessariamente dando bem materiais, mas também tomando parte do debate e preocupando-se pelo que sucede no mundo."

Prêmios
* Prêmio Príncipe de Asturias das Artes, 1998.
* Prêmio Eugene Smith de Fotografia Humanitária.
* Prêmio World Press Photo
* The Maine Photographic Workshop ao melhor livro foto-documental.
* Eleito membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciência' nos Estados Unidos.
* Prêmio pela publicação do livro Trabalhadores.
* Medalha de prata Art Directors Oub nos Estados Unidos.
* Prêmio Overseas Press Oub oí America.
* Alfred Eisenstaedt Award pela Magazine Photography.
* Prêmio Unesco categoria cultural no Brasil.

Sebastião Salgado também é Representante Especial da UNICEF e membro honorário da Academia das Artes e das Ciências dos Estados Unidos. Ele e sua esposa Lélia Wanick Salgado vivem atualmente em Paris, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros. O casal tem dois filhos, Juliano e Rodrigo.





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