sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Como fazer uma composição com o raciocínio de Fibonacci

Depois de saber que, regra geral, colocar o objeto no centro da fotografia nem sempre é o ideal, e que deve usar a regra dos terços – depois da regra dos terços, vem um detalhe maior: o rácio de Fibonacci. Tal como tudo, a regra dos terços funciona em alguns casos, e é uma ótima ajuda, mas se conhecer e dominar o rácio de Fibonaci na fotografia, verá que nunca olhará para uma fotografia da mesma forma.

O que é o rácio de Fibonacci?

O rácio de Fibonacci foi descoberto por Leonardo Fibonacci por volta do ano 1200, sendo também conhecido como a proporção divina ou número de ouro. Fibonacci apercebeu-se que existia um rácio matemático absoluto que surgia muitas vezes na natureza, uma espécie de ordem universal que desenha a natureza e que a faz ao olho humano, natural e bela. Desde a Renascença que pintores, escultores e arquitetos baseiam as suas obras neste rácio.

A proporção divina pode-se ver em obras famosas como a Mona Lisa ou a Última Ceia, obras de Leonardo da Vinci; hoje em dia até a Apple usa esta proporção em muito do seu design, sendo também usada por muitas empresas de design um pouco por todo o mundo. Embora a regra dos terços seja muito mais fácil de usar, o rácio de Fibonacci pode ser um grande trunfo, se o compreender bem. Por exemplo, em alguns programas de fotografia como Lightroom, existe um overlay que lhe permite fazer um crop à imagem de acordo com esta proporção. Com esta referência conseguirá que esta proporção coincida com as linhas ou pontos de interesse na sua fotografia.

Mais concretamente, a Sequência de Fibonacci consiste numa sucessão de números, tais que, definindo os dois primeiros da sequência como 0 e 1, os números seguintes serão obtidos por meio da soma dos seus dois antecessores. Portanto, os números são: 0,1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,...

Dessa sequência, extrai-se o número transcendental conhecido como número de ouro também conhecido matematicamente como Phi (1,618).

O número de ouro é aproximado pela divisão do enésimo termo da Série de Fibonacci (1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,..., na qual cada número é a soma dos dois números imediatamente anteriores na própria série) pelo termo anterior. Essa divisão converge para o número áureo conforme a tornamos cada vez maior.

Essa sequência aparece na natureza, no DNA, no comportamento da refração da luz, nos átomos, nas vibrações sonoras, no crescimento das plantas, nas espirais das galáxias, nos marfins de elefantes, nas ondas no oceano, furacões, etc.

Aplicar a proporção divina à fotografia pode fazer com que uma fotografia seja algo que uma pessoa considere agradável à vista, sem saber bem porquê; na realidade o subconsciente humano deteta este rácio inconscientemente.

Para aplicar o rácio de Fibonnaci a uma fotografia, basta aplicar o que é semelhante à regra dos terços: uma grelha dividida em 3 partes. A diferença é que em vez de ter a grelha dividida em 3 partes iguais, a grelha que divide a fotografia em 3 partes não se divide em 3 partes iguais divide-se em: 1+ 0,618 + 1.

Nestes casos o ponto dominante está no olhar pois encontra-se numa das intersecções de Phi.

Se ainda quiser ir mais longe, pode optar por aplicar o rácio por inteiro à imagem e ainda conseguir um detalhe maior. Nesta imagem, dá para perceber que existe uma ligeira diferença entre as intersecções das linhas Phi e o local perfeito de Phi. Nesta imagem o centro da face está alinhado pela espiral e o olhar posicionado no ponto mais próximo da Phi.

Neste caso, em vez de se optar por colocar a linha terrestre de acordo com a regra dos terços, esta foi mudada para a linha Phi inferior; colocou-se também o olhar do coelho mesmo na junção das linhas de Phi. Este é um bom exemplo de como se pode obter uma fotografia diferente, na realidade menos previsível.

Se gostaria de perceber ainda melhor o que significa o rácio de Fibonacci na natureza, o ideal será dar uma vista de olhos a este vídeo.

O rácio de Fibonacci é uma excelente ferramenta na composição de uma fotografia, ajuda muito a criar fotografias mais originais, e torna uma fotografia muito diferente do que quando se utiliza a regra dos terços; aliás esta não deve nunca ser vista como uma pequena variante da regra dos terços, porque na realidade a diferença é muito grande. Esta é a grande diferença que faz com que se consiga uma fotografia que naturalmente se gosta.

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Créditos: O MEU OLHAR

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